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domingo, 16 de abril de 2017

ISSO TEM NOME


Hoje ela chegou cedo, fiz um chá bem quente porque estava gelada de frio. 
Ela sentou ao meu lado e conversamos hora a fio, eu chorei, ela chorou comigo, 
segurou minha mão quando eu achei que fosse morrer de tanto que ela doía 
não só fora, mas dentro de mim.
Perguntei por que ela tinha que machucar tanto, ela disse que nem sempre é assim.
Tem ocasiões em que ela não machuca muito, apenas faz alguns arranhões.
Mas eu queria entendê-la, queria matá-la, queria mandá-la para bem longe do meu alcance,
onde ela não pudesse mais me ferir. Não queria dar minha face a bater, não mais.
Eu queria de qualquer jeito me livrar dela,
mas ela me abraçou e pude sentir meu coração trincar de tão gélido que ficou.
Podia senti-la em minha entranhas, correndo no meu sangue.
Achei que não ia mais suportar aquilo tudo que tinha se transformado num duelo.
Já não tinha de onde tirar forças, quando num sobressalto peguei o telefone, 
disquei um número velho conhecido e num susto ela explodiu e virou pó na minha mente.
Meu coração voltou a se acalmar e ficar bem quentinho ao som da voz do outro lado da linha.
Dessa vez eu consegui me livrar da saudade, 
mas sei que haverá vezes em que não terei para onde ligar 
e terei que recorrer às minhas lembranças, ao eu coração.
Espero poder encontrar a força suficiente para vencer esses momentos.


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